Conversação na Sicília (1941) é um clássico moderno não apenas pela sua poderosa ressonância temática, como um dos grandes romances do anti-fascismo italiano, mas também como um pioneiro do seu estilo, que mistura o modernismo literário com a fábula pré-moderna numa prosa de beleza lírica. Comparando a obra de Vittorini com a de Picasso, Italo Calvino descreveu a obra como «o livro-Guernica».
O romance tem início numa altura da vida do narrador em que nada parece importar; quer esteja a ler cartazes de jornais que gritam massacres de guerra, deitado na cama com a sua mulher ou namorada, ou a folhear as páginas de um dicionário, para ele tudo é igual – até que embarca numa viagem de regresso à Sicília, o lar que não vê há cerca de quinze anos. Ao viajar pelo campo siciliano e em conversas quase sempre hilariantes e trágicas com o seu povo – com a sua indomável mãe em particular – ele reconecta-se com as suas raízes e redescobre alguns valores humanos essenciais.